quinta-feira, 16 de julho de 2009

Quando muitas vezes eu digo que cansei de viver a vida sóbria,
 No máximo, a vida que cansou de ter de me alcançar em pleno voo de diversão. Só fico completa com um copo na mão.
Eu sempre penso que meus sonhos vão me levar muito longe. E isso acontece quando estou com o papel debaixo da caneta que está debaixo da mão.
No papel é onde eu choro, onde eu dou risada e reencontro tudo o que me faz falta.
Aí eu sinto que meu destino, se é que existe isso, está aqui. E se o destino é a gente que faz, eu o faço com palavras.
Eu perco a vontade de dormir, de comer, de sair.
Meu futuro se encontra (me encontra) todinho ali.
Eu faço escrita na cabeça, converso comigo, anoto tudo e depois esqueço.
Sempre soa melhor quando está aqui dentro, no papel eu meio que despejo.
Tem uns cantinhos onde a gente se apoia, geralmente no corrimão quando está bêbado, para não tropeçar. No papel também tem disso.
Eu abro um parênteses, escrevo na orelha da folha e de repente ela me escuta.
Quem sabe meu destino esteja mesmo em minhas mãos. Quem sabe meu destino esteja em uma mesa, não dessas de escritório, mas em qualquer uma que aguente o peso, que receba uma cadeira de algum lado, que se deixe ser esquecida por um tempo e que aceite uma xícara para meu gargalo.

"Você não vai conseguir nada com a caneta deitada."

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